31 de ago. de 2013

Pronomes e Advérbios interrogativos

Agora há pouco, resolvi escrever aqui. A idéia era falar sobre um assunto que me chamou a atenção esses dias, a que eu dei o nome de "Assimetria do Quem"; mas acabou que eu "abri" toda uma nova "lata de vermes" quando, enquanto procurando por informações sobre o "quem" (que entra na classificação de "pronome interrogativo" em português), descobri que se faz uma certa distinção entre "Advérbios Interrogativos" e "Pronomes Interrogativos".


Os Advérbios Interrogativos são os seguintes:Quando, como, onde, por que

Os Pronomes Interrogativos são os seguintes:
Quanto, qual, o que, quem

Qual a diferença? Afinal, todas essas palavras podem começar perguntas e soar como se tivessem simplesmente a mesma "classe" gramatical. Exemplos:
Quem é aquela ali?
Quando é que ela vem?
Qual teu nome mesmo?
Como vai você?

(enquanto procurando pela diferença, encontrei esses videos desse professor -- pelo sotaque deve ser gaúcho u.u --, que pareceram bem bons até... apesar de inúteis para meus propósitos: )




Mas, enfim, depois de um pouco mais procurar, encontrei esse link. Percebi que essa distinção entre as duas classes resolve justamente um problema que eu tinha com as palavras que aprendi participarem da classe dos "advérbios relativos": elas não substituem nada! Explico...

A minha definição de pronome, desde o início, era perfeitamente expressável pela frase "Pronomes são palavras que substituem nomes" (a idéia que eu tinha era mais ou menos essa). Estudava pronomes tendo isso como verdade, e tudo sempre deu muito certo para os pessoais. Mas ao chegar nos indefinidos, tudo descambava para algo como "essas palavras são pronomes deal with it". Nos últimos tempos, comecei a notar que onde, como, quando e por que não substituíam nada em início de pergunta... mas os tinha como pronome por um simples motivo: tampouco o faz a classe dos pronomes possessivos (conforme eu pensava -- na minha cabeça, os pronomes possessivos são simplesmente a "declinação dos pessoais no genitivo"). Mas aí andei notando que a função dos pronomes possessivos é a mesma dos demonstrativos: não necessariamente substituir, mas especificar. Frases como

O casaco que comprei e de que agora sou dono escolheu.

, quando em contextos em que toda essa informação em azul é desnecessária, podem ser reescritas assim:

O meu casaco encolheu.
Este casaco encolheu.

Essa nova "função" dos pronomes me tornou inseguro quanto à classe, e eu tinha meio que aquela idéia de que "se eu não sei, então deve ser pronome". Aliás, me perguntando agora sobre o motivo de eu considerar aquelas quatro palavrinhas como pronomes, duas possibilidades me vêm à mente:

  1. Todas elas são wh-cognatas (e, bem, qu-cognatas, quando comparado ao latim); ou
  2. Todas as quatro podem funcionar como pronomes relativos.

E, aliás, um tempo atrás eu comentei sobre algumas palavras simplesmente não exigirem cópula. O conjunto delas me pareceu justamente restrito ao dos Pronomes Interrogativos (tá tá... fora o cadê, que é mágico -- aliás, acho que o "novo" cadê será o xo, como contração de "deixa eu").

Enfim... eras isso. Numa próxima vez eu escrevo sobre a tal "Assimetria do Quem".

R$

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