Os que conviveis comigo deveis saber que os últimos dois meses foram de grandes mudanças. De agosto pra cá, eu deixei muitos círculos de convivência (eu sempre acho essas coisas meio lamentais, porque mais ou menos significam que me tornarei um "coadjuvante" para a vida das pessoas com quem não mais conviverei; mas é a vida, e há que se aprender a conviver com essas coisas [e sem essas pessoas xP]) para pôr em prática algo sobre que eu já pensava (e que já pretendia) desde há muito tempo: começar um Master na Alemanha.
Tendo já migrado (e agora estando eu em fase de burocracias e o diabo), eu certamente não estou nem de longe arrependido/triste/frustrado/etc. Pelo contrário, não poderia estar mais satisfeito: finalmente voltei a ser estudante, como (tenho descoberto) nasci pra ser.
Aqui, espero poder exercitar meu alemão (que é um lixo =/ ) e aprender outras línguas (afinal, esse é meu grande interesse!). Apesar disso, é verdade que ainda não consegui conviver mais com pessoas de outros lugares, e por não terem ainda começado minhas aulas tenho passado a maior parte do tempo com outros brasileiros.
Mas creio que isso deve mudar logo \o/ E, certamente, se começar a conviver com colegas nativos de línguas muito "diferentes" (pra ser político-corretamente eufêmico), certamente começarei a fazer perguntas xP
Enfim... essa é uma postagem só pra deixar marcado pra quem quer que me leia e não conviva comigo (eu na real duvido que o vosso número seja tão alto a ponto de, quando muito, eu ter de usar o plural u_u) que devo passar os próximos dois anos (pelo menos) neste outro lado (de cá) do continente =)
R$
13 de out. de 2014
Sobre a Racistinha do Grêmio, e como minha opinião mudou
Bom... sim... faz um tempo que não apareço por aqui. Da última vez, comentei sobre a guria que foi racista ao gritar "macaco" para um jogador de futebol (em meio a uma multidão que não só desumanizava o alvo de seus xingamentos como também lhe [a ela] dava uma sensação de anonimato e de diminuição da responsabilidade para com seus atos).
A verdade é que eu mudei de opinião. Adiante mais algumas aulas do curso de psicologia social que fazia (e que finalmente terminou), foi disponibilizado o video de um Hangout com o professor Zimbardo (um professor que ficou peculiarmente famoso por ter realizado [e tido de parar na metade -- porque já tava virando putaria] um experimento polêmico conhecido como "a Prisão de Stanford") em que, entre outras coisas, ele discutia justamente sobre a responsabilidade das pessoas sobre os seus atos e como o peso da situação deveria ser levado em conta nesses casos. Antes de dizer o que ele disse, quero comentar sobre outra coisa que li noutro lugar...
Alguns dias atrás um amigo postou no Facebook esse texto dizendo que livre arbítrio possivelmente nem exista, mas que era bom continuarmos acreditando nele. O texto comentava sobre como as pessoas, quando levadas a acreditar que o livre arbítrio não existe, tendiam a tomar decisões / ter atitudes anti-sociais/anti-éticas (em um dos experimentos, os experimentandos "roubavam" mais após ler umas mensagens que davam a entender que o universo era determinístico e que as escolhas deles não eram na verdade escolhas, mas uma função das suas predisposições, da sua genética, ...). No final das contas, ele se pergunta o quão bom/ético/certo/conveniente é que se pesquise sobre o assunto, se afinal isso parece causar mais mal do que bem pra sociedade (é melhor lerdes o texto -- eu li já há alguns dias e posso estar viajando aqui u.u).
Voltando a o que disse o professor Zimbardo... ele foi muito sensato (minha opinião) ao dizer que, apesar da situação ser certamente o que leva as pessoas a cometerem um conjunto enorme de decisões erradas (desde a não-devolução de um troco dado a mais até o não-questionamento da autoridade nazista [aliás, um dos motivadores para um outro experimento: o do gerador de choques do Stanley Milgram]), ela não justifica esse comportamento, e quem se comporta mal é sim responsável pelos seus erros. Como diria uma colega minha: "explica, mas não justifica" (i.e., agiu mal, tem que pagar).
Esse comentário pode parecer muitíssimo razoável até que alguém levante a questão: e isso se aplica ao pobre, drogado, marginal, assaltante, assassino, estuprador... dito "vítima da sociedade" e "do sistema"? Eu digo que sim!
A minha opinião, assim, mudou de "devemos tratar a racistinha de modo mais brando" pra "a racistinha tem de pagar pelos seus crimes, bem como todo e qualquer indivíduo que cometa crimes". Mais do que isso, eu passei a achar contraditório (na minha opinião, uma contradição forte!) quem quer que "defenda bandido" && "vilanize a racista".
Mas aí eu agora me pergunto: seria imoral eu dizer isso tudo e usar torrent? Ou baixar pirataria da internet? Ou cracker jogo? Seria irônico eu dizer isso tudo e comprar açúcar (canavial com trabalho escravo é o que mais tem no Brasil -- se encontra fácil fácil notícia disso no Google)? Pior que eu acho que sim..............
R$
A verdade é que eu mudei de opinião. Adiante mais algumas aulas do curso de psicologia social que fazia (e que finalmente terminou), foi disponibilizado o video de um Hangout com o professor Zimbardo (um professor que ficou peculiarmente famoso por ter realizado [e tido de parar na metade -- porque já tava virando putaria] um experimento polêmico conhecido como "a Prisão de Stanford") em que, entre outras coisas, ele discutia justamente sobre a responsabilidade das pessoas sobre os seus atos e como o peso da situação deveria ser levado em conta nesses casos. Antes de dizer o que ele disse, quero comentar sobre outra coisa que li noutro lugar...
Alguns dias atrás um amigo postou no Facebook esse texto dizendo que livre arbítrio possivelmente nem exista, mas que era bom continuarmos acreditando nele. O texto comentava sobre como as pessoas, quando levadas a acreditar que o livre arbítrio não existe, tendiam a tomar decisões / ter atitudes anti-sociais/anti-éticas (em um dos experimentos, os experimentandos "roubavam" mais após ler umas mensagens que davam a entender que o universo era determinístico e que as escolhas deles não eram na verdade escolhas, mas uma função das suas predisposições, da sua genética, ...). No final das contas, ele se pergunta o quão bom/ético/certo/conveniente é que se pesquise sobre o assunto, se afinal isso parece causar mais mal do que bem pra sociedade (é melhor lerdes o texto -- eu li já há alguns dias e posso estar viajando aqui u.u).
Voltando a o que disse o professor Zimbardo... ele foi muito sensato (minha opinião) ao dizer que, apesar da situação ser certamente o que leva as pessoas a cometerem um conjunto enorme de decisões erradas (desde a não-devolução de um troco dado a mais até o não-questionamento da autoridade nazista [aliás, um dos motivadores para um outro experimento: o do gerador de choques do Stanley Milgram]), ela não justifica esse comportamento, e quem se comporta mal é sim responsável pelos seus erros. Como diria uma colega minha: "explica, mas não justifica" (i.e., agiu mal, tem que pagar).
Esse comentário pode parecer muitíssimo razoável até que alguém levante a questão: e isso se aplica ao pobre, drogado, marginal, assaltante, assassino, estuprador... dito "vítima da sociedade" e "do sistema"? Eu digo que sim!
A minha opinião, assim, mudou de "devemos tratar a racistinha de modo mais brando" pra "a racistinha tem de pagar pelos seus crimes, bem como todo e qualquer indivíduo que cometa crimes". Mais do que isso, eu passei a achar contraditório (na minha opinião, uma contradição forte!) quem quer que "defenda bandido" && "vilanize a racista".
Mas aí eu agora me pergunto: seria imoral eu dizer isso tudo e usar torrent? Ou baixar pirataria da internet? Ou cracker jogo? Seria irônico eu dizer isso tudo e comprar açúcar (canavial com trabalho escravo é o que mais tem no Brasil -- se encontra fácil fácil notícia disso no Google)? Pior que eu acho que sim..............
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