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Vista do quarto, a partir da porta |
Tendo pego o vôo em Porto Alegre, sentei-me ao lado de um dos colegas entre os quais viemos. Com ele, passei a conversar somente nos últimos 30 minutos do vôo até São Paulo, o qual durou algo em torno de 1h40. Em São Paulo descemos -- estava chovendo --, comemos alguma coisa e fomos para a "sala de embarque" (ou como quiser o leitor chamar aquele espaço entre o saguão e o avião). Como o embarque era internacional, tivemos de esperar numa fila até podermos finalmente mostrar os passaportes.
Ao chegar na tal sala de embarque, um grande grupo de passageiros se amontoava próximo ao portão através do qual deveríamos passar. Foi o nosso primeiro contato com "pessoas alemãs". Uma quantidade bastante exagerada de senhores falando numa língua "desconhecida" se colocava como obstáculo entre nós e o portão de embarque.
Entramos no avião! Ufa! Agora é só esperar a janta, ir ao banheiro, e dormir até a manhã do dia anterior. Antes eu conseguisse! A poltrona pouco reclinável com um relevo para a frente na altura da cabeça me impediu de pegar no sono durante muito tempo. Logo acordei, além de desconfortável, com o estômago doendo. Esperei uma hora, duas horas, três, ..., nem sei direito quanto tempo fiquei acordado, olhando para os lados ou assistindo a algum filme no computadorzinho disposto à minha frente, até que finalmente chegamos à Europa -- no sul de Portugal -- e, mais tarde, enquanto acima da Bahia de Biscaia, veio o tão esperado "café da manhã", que já estava mais para almoço.
A partir de depois do almoço, uma senhora que estava ao meu lado no vôo (ela e o marido tinham ido visitar a América do Sul -- pff... como se fosse possível olhar tudo numa mísera viagem v_v) começou a puxar alguma conversa, sempre em inglês. Como não pude resistir à curiosidade, dei trela. Ela e o marido (que estava ao seu lado, na janela) eram Dinamarqueses. Ela ensinava alemão, e ele era aposentado: havia trabalhado durante 44 anos na Lego (a famosa empresa dinamarquesa), que surgiu em sua cidade, Billund. Me convidaram, inclusive, a visitar a Legolândia, também em Billund (apesar de ter "remakes" em mais três ou quatro lugares do mundo), e me deixaram o seu e-mail, para que fizesse contato.
Chegando ao aeroporto, tivemos de mostrar passaporte novamente. Achei engraçado, porém: ninguém me perguntou o que eu vinha fazer no país, ou me cobrou visto, ou qualquer coisa do gênero. Tanto faz, também: o importante é que cheguei \o/. Ao pegar as malas, um susto! Uma mala de um dos colegas simplesmente não havia aparecido nas esteiras. Demorou uns 50min, mas finalmente resolveram o problema: a mala havia sido posta em meio a malas de outro vôo, pelo que entendi.
Quando saímos do espaço de desembarque, bateu o frio. Todo mundo se agasalhou. Não devidamente, mesmo assim: acho que ninguém estava muito com noção de o quão frio estava na hora. Por sorte, um dos colegas entendia bem alemão e sempre ía na frente, perguntando, conversando, abrindo caminho. Não foi difícil, através dele, comprar a passagem para Kaiserslautern. Difícil mesmo foi carregar aqueles montes de malas pra cima e pra baixo (literalmente: as estações têm bastantes escadas
Na chegada em Kaiserslautern estava fazendo -7,5ºC. Frio suficiente pra me fazer não sentir direito as mãos. E como não tinha toca, a coisa estava bem problemática. Depois de uns 25min de espera, finalmente chegou o cara (não consegui gravar seu nome) para nos pegar na estação. Ao sair, o primeiro contato com a "neve". Sério, até agora estou com problemas com a definição de neve: se é neve aquilo que cai, é também neve aquela que se forma, durante as madrugadas, no chão e nos vidros dos carros? Por agora, isso não importava: o que importava era que chegássemos a um lugar quente e pudéssemos finalmente largar as malas.
Chegamos! E depois de alguma espera -- o cara fez 3 viagens para poder trazer a todos -- tivemos uma pequena conversa com o cara. Ele nos disse algumas coisas que deveríamos saber e, como não comíamos desde o café da manhã do vôo, finalmente comemos (pão com nutella ou margarina, presunto e queijo -- acho que era isso, ao menos -- e leite com Schokodrink, um achocolatado em pó que achou-se aqui).
Bom... não tem muito o que contar a partir daí. No dia posterior fomos ao ISGS -- andamos de ônibus sem pagar --, como tínhamos sido orientados e lá fizemos uma série pequenas coisas, como ganhar um login na universidade, fazer um cartão pra o Mensa (o RU daqui), etc. Depois fomos à empresa de ônibus pra pegar um tal de Month Ticket, que nos custou 38 euros e nos permite andar pela cidade o quanto quisermos durante um mês.
Tirei, nesse primeiro dia, também, umas fotos do meu quarto, para mostrar ao leitor. Ele estava bagunçado, sacumé, né? Utilizando a implementação de um algoritmo que foi alvo de um estudo para o trabalho final de uma cadeira de fotografia que fiz no semestre passado, fiz a seguinte montagem (imagino que se o leitor clicar, conseguirá ver melhor), que mostra a vista do meu quarto a partir da minha cama:
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Vista do quarto, a partir da cama |
Uma outra montagem, já vista pelo leitor no início da postagem, também utilizando o mesmo algoritmo, mostra a vista a partir da porta do quarto. A terceira montagem mostra a vista da janela:
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Vista do terceiro antes (último) da janela |
Assim, apesar de ainda não estarmos instalados totalmente -- temos uma série de coisas a arrumar ainda --, estamos bem bem. Já comemos uma vez no Mensa, já podemos andar por aí de bus, já sabemos mexer na calefação e já nos acostumamos com o frio (e acho que finalmente ninguém mais se perde nesse alojamento -- sério, andar por aqui não é difícil, mas por algum motivo o pessoal andou se perdendo affuuu nos primeiros dias
Logo escrevo mais sobre as minhas experiências na Europa -- e especialmente na Alemanha.
Tchuss!
R$
Muito bala John. Li a maioria dos últimos posts do teu blog, mas nao todos ainda porque parece que tu tá escrevendo bastante daí da Alemanha :D
ResponderExcluirCurti as fotos usando teu trabalho de fotografia computacional.